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Variabilidade de metabolismo

Existe elevado polimorfismo genético associado à CYP2D6.

Sendo que o efeito analgésico da codeína se deve à sua conversão em morfina por esta isoenzima, devido à variabilidade interpessoal, diferentes indivíduos possuirão diferente capacidade de metabolização da codeína e consequentemente diferente efeito terapêutico: para metabolizadores normais cerca de 5-10% da codeína é metabolizada por esta enzima em morfina, no entanto a % de codeína convertida pode ser muito maior em indivíduos metabolizadores ultrarrápidos, o que leva a um risco acrescido de efeitos secundários de toxicidade, ou muito menor, podendo mesmo atingir 0% em metabolizadores pobres.[1-3]

Tabela 3: estimativas da prevalência de metabolizadores ultrarrápidos em diferentes populações, retirada de [2].

estimativas da prevalência de metabolizadores ultrarrápidos em diferentes popula�ções

Existem 4 fenótipos da CYP2D6:

Metabolizadores Ultrarrápidos 

(1-2% população)

Estes indivíduos possuem mais do que duas cópias de alelos funcionais que codificam para a enzima possuindo, portanto, uma atividade enzimática aumentada. Assim, a metabolização da codeína em morfina vai ocorrer mais rapidamente levando a um maior risco de toxicidade. - O uso de codeína não é recomendado nestes indivíduos.[3]

Metabolizadores normais

(77-92% população)

Estes indivíduos possuem uma atividade enzimática normal o que se traduz numa formação de morfina adequada. A nível genotípico estes apresentam dois alelos funcionais normais pelo que a toma de codeína não é contraindicada.[3]

Metabolizadores intermediários

(2-11% população)

Por possuírem um alelo com a função diminuída e um alelo disfuncional estes indivíduos apresentam uma capacidade enzimática de metabolização da codeína em morfina reduzida. Deste modo, o uso de codeína não está contraindicado, no entanto caso a resposta não seja a esperada deve ser considerado o uso de outros analgésicos.[3]

Metabolizadores pobres

(5-10% população)

Nestes casos o uso de codeína está contraindicado devido à sua falta de eficácia. Esta deve-se ao facto de nenhum dos alelos estar funcional pelo que a atividade enzimática está diminuída ou até mesmo ausente.[3]

Como consequência da variabilidade genética é recomendado que alguns grupos populacionais sejam testados de modo a conhecer o seu fenótipo para a CYP2D6, permitindo assim que o uso da Codeína seja seguro:[3]

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[1] Drug Bank. Codeine | DrugBank Online [Internet]. [citado 24 fevereiro 2021]. Disponível em: https://go.drugbank.com/drugs/DB00318

[2] Maiti, Bidinger. RCM Toseína. J Chem Inf Model [Internet]. 1981;53(9):1689–99. Disponível em: https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/detalhes-medicamento.xhtml

[3] Laura D. Codeine Therapy and CYP2D6 Genotype. Med Genet Summ [Internet]. 2018;(Md):1–3. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK100662/bin/20160308codeine.pdf

2021 by Ana Rita Duarte | Carolina Oliveira | Joana Correia

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